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MATARAM UM CARA MUITO LEGAL!

sábado, 13 de março de 2010

O cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni foram brutalmente assassinados na madrugada desta sexta-feira, dia 12 de Março, dentro da sua própria casa em Osasco, SP.

O suspeito de ter cometido o duplo assassinato, Carlos Eduardo Sundfeld, era amigo da família do Glauco e já havia frequentado a igreja Céu de Maria, fundada por Glauco há 15 anos, na qual se fazia uso religioso da bebida alucinógena Santo Daime.

Glauco iniciou sua carreira no jornal Diário da Manhã no começo dos anos 70, publicando quadrinhos humoristicos, as conhecinhas "tirinhas". Após ser premiado no Salão de Humor de Piracicaba, começou a publicar também os seus desenhos na Folha de São Paulo.


Junto com o editor Toninho Mendes e os cartunistas Angeli e Laerte, criou a revista de humor em quadrinhos "Chiclete com Banana" nos anos 80.

Durante quase quatro décadas ele nos presenteou com sua visão caricata do universo humano através dos seus hilários personagens: Geraldão; Geraldinho; Dona Marta; Netão; Casal Neuras; Doy Jorge; Zé do Apocálipse; Ficadinha; Faquinha; Cacique Jaraguá; Edmar Bregman; Zé Malária; Ozetês; Nojinsk, além dos diversos coadjuvantes que contracenavam com seus personagens.

Confesso que ainda estou atordoado com esta notícia. Estou hoje com 38 anos de idade e acompanho o trabalho artistico do grande cartunista Glauco desde a minha adolescência, quando consumia, com muito prazer [desde o primeiro número] a revista Chiclete com Banana, dos insuperáveis Los 3 Amigos, Glauco, Angeli e Laerte, como também me divertia, como ainda hoje me divirto, com as tiras publicadas na Folha.

Perdemos nesta sexta-feira duas gerações que pensavam a condição do ser humano através do humor gráfico. Glauco e Raoni trabalhavam juntos. Pai e filho seguiam a mesma trilha que foi aberta lá atrás pelo grande Henfil, questionando as ações e comportamentos da sociedade, sempre focando o jovem e mostrando que só as novas gerações são capazes de mudar o "país da piada pronta".

A crítica ácida que Glauco impunha em seus desenhos, arranca risadas espontâneas de todos que lêem suas tiras, mas também nos faz pensar em como nós, humanos, somos tragicamente engraçados.
E como foi trágica a morte de Glauco e do seu filho. Entre o seu humor saudável e a dura realidade, descobrimos de forma lamentável uma versão sórdida e desumana do querido personagem Geraldão, na pele de um jovem viciado e sem futuro, que aniquilou de uma só vez dois grandes brasileiros, deixando uma ferida incurável numa família e em milhões de cidadãos como eu e você, que já não aguentam mais conviver com a terrível incerteza diária de que estaremos ou não vivos no café da manhã do dia seguinte!

O suspeito destas duas mortes possui passagem criminal por uso de drogas e, até o momento desta postagem, ainda não foi localizado pela polícia.

Não me importa a droga que este assassino usa. O que me importa e me choca ao mesmo tempo, é saber que ainda existem pessoas que proclamam a descriminalização da maconha, considerada por muitos uma droga leve. Maconha é uma droga como outra qualquer e, se a liberarem hoje, o que será que vão liberar amanhã? Cocaina? Crack? Entorpecentes químicos? Heroina? Basta! O que precisamos é um tratamento mais severo das autoridades em relação não só ao tráfico como também ao uso de quaisquer drogas, independente da quantidade!

E este assassino não deve ser tratado como mais um caso psicológico. Ele sabia o que estava fazendo. Se fosse um idiota ou tivesse realmente problemas mentais, ele continuaria na cena do crime de forma passiva. Então, neste caso, espero que não vejamos a mão conciliadora dos Direitos Humanos ou o discurso freudiano de psicólogos e psiquiatras em favor deste monstro que tirou as vidas do nosso insubstituível Glauco e do seu filho Raoni.

5 comentários:

Anônimo 13 de março de 2010 às 07:47  

realmente concordo com vc em quase tudo q posto,este rapaz tem q pagar o q fez, esta desculpa de doente (drogado) nao cola, consciencia pra fugir da cena do crime ele teve e muito , tanto que ta ateh agora foragido , pra mim se mostra muito lucido !!! Foi uma perda realmente pra familia e pra todo cidadao de bem !!

Hefestos 13 de março de 2010 às 11:48  

Essa história de religião nunca dá certo. Falta racionalidade para o nosso mundo!
Mas sobre o rapaz que morreu, foi uma grande perda. Eu sempre lia os cartuns dele, do Geraldão e da Dona Marta. Ele tinha muito talento.

Tahiana Andrade 13 de março de 2010 às 11:51  

Eu também gostava dos desenhos do Glauco e de tudo o que estes agregavam.
Fiquei abalada quando vi a notícia no jornal. O tal assassino julgava-se ser Jesus Cristo... mais um crime injustificável e irracional.

Anônimo 13 de março de 2010 às 12:15  

acabaram com a história de alguém!
por sinal era alguém especial....
fico pensando na dor de uma mulher!
perdeu alguém querido....perdeu alguém amado....e amado até as últimas consequências....
triste fim....2 pessoas da mesma família...

Deijivan 14 de março de 2010 às 03:51  

Pois é pessoal, assimilar esta perda vai ser difícil!

Bem, quem comprou neste sábado ou assina a Folha de S. Paulo, recebeu um caderno especial sobre o Glauco, contendo diversos depoimentos de figuras conhecidas do meio artístico e político, além de uma breve e interessante biografia do cartunista.

A Folha, em homenagem ao fabuloso Glauco, também deixou em branco os espaços que seriam destinados às charges políticas.

E hoje passei revendo algumas antigas "Chiclete com Banana" e também algumas das centenas de tirinhas que tenho o hábito de colecionar. E nesta nostálgia, eu tentava em vão compreender toda esta história maluca que só o tempo e as investigações poderão elucidar!

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