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Reforma Agrária: é possível? - SOLUÇÕES PARA O BRASIL
domingo, 14 de março de 2010
Volto hoje a discutir mais um tema da série SOLUÇÕES PARA O BRASIL, promovendo desta vez algumas ideias a respeito da questão da Reforma Agrária em nosso país, um tema já bastante "gasto", mas que ainda não foi devidamente implementado.
Estudos mostram que a migração do homem do campo para os grandes centros comerciais é um dos maiores fatores da formação da pobreza urbana, que castiga inúmeras famílias quando se deparam com a frustração dos seus sonhos de melhoria de vida. E esta triste realidade vem ocorrendo há muito tempo, sem que se faça algo de concreto para frear este surto de migrantes e suas inevitáveis falências monetárias e morais nas ruas das grandes cidades.
Estudos mostram que a migração do homem do campo para os grandes centros comerciais é um dos maiores fatores da formação da pobreza urbana, que castiga inúmeras famílias quando se deparam com a frustração dos seus sonhos de melhoria de vida. E esta triste realidade vem ocorrendo há muito tempo, sem que se faça algo de concreto para frear este surto de migrantes e suas inevitáveis falências monetárias e morais nas ruas das grandes cidades.
O problema está aí por todo lado. A formação de novas favelas, de comunidades de antigos moradores que não agüentaram mais viver no campo sem a mínima adequação de sobrevivência e o aumento do número de “moradores de rua”, ex-operários rurais em sua maioria.
Não estou pregando a expulsão ou a não admissão de cidadãos oriundos da zona rural em nossas cidades, mas quero mostrar aqui o porquê que isto acontece e as possíveis formas de evitar esta truculência social, que só mina por completo as chances destes cidadãos alcançarem uma qualidade de vida desejável e a conseqüente manutenção de suas famílias.
Este êxodo é visível desde o início da era industrial em todas as partes do mundo, porém temos aqui no Brasil uma condição ampliada a partir da década de 50 do século XX, quando teve início o fomento de novas e diversificadas indústrias nos grandes centros comerciais, atraindo os insatisfeitos com a vida no campo. E isto só começou a ocorrer porque desde aquela época o Governo já não olhava com o devido entusiasmo o andar da população que vivia na zona rural. Nunca tivemos uma política que visasse a melhoria de vida do trabalhador rural, e esta falha histórica criou a catapulta social que jogou e ainda joga milhares de pessoas desprovidas de uma qualificação profissional industrializada direto do campo para o asfalto, sem nenhum amparo.
O Brasil ouve falar da Reforma Agrária desde o início da República e até hoje nenhum Governo assumiu a responsabilidade de tratar este tema social como prioridade. Daí surgiu diversos movimentos no decorrer da história até culminar no atual e já antigo MST. Porém, parece que ninguém, nem mesmo o MST, conseguiu enxergar ainda que a industrialização já é algo quase que totalmente presente também no campo. Por isso, acredito que hoje em dia discutir a volta do homem do campo ao seu habitat e promover desapropriações de terras para que seja implantados sistemas de agricultura familiar ou de subsistência, não passa de uma retórica insustentável!
O campo mudou. A zona rural hoje não é mais a mesma de 60 anos atrás. Não podemos cercear o desenvolvimento agropecuário, que nos garante uma sustentação econômica e uma posição de destaque no mundo, em troca da formação de novas aldeias e comunidades de pessoas que já vivem fora do campo há mais de uma geração. Temos sim que profissionalizar e educar estas pessoas e garantir a entrada delas no mercado de trabalho formal ou informal que já existe nos grandes e pequenos centros comerciais e industriais.
A questão aqui é encontrar um meio de manter as demais pessoas que ainda estão no campo e proporcionar a elas uma condição aceitável de vida. E só podemos fazer isto se olharmos primeiramente para as crianças do campo que hoje, lamentavelmente, acabam largando os estudos para ajudar a família nas plantações de subsistência ou no trabalho quase escravo que são submetidos em colônias rurais medievais que ainda prosperam pelo interior do país.
O Governo deve inserir um programa de educação mais direcional e auto-sustentável para que as crianças dessas famílias possam contribuir na melhoria da qualidade de vida no campo, enaltecendo a cultura regional, o conhecimento da história ruralista do Brasil, para então conseguirem se posicionar adequadamente neste novo contexto da indústria do agronegócio, formando futuros profissionais que aprenderão suas funções e as exercerão no mesmo ambiente em que nasceram, ou seja, sem a necessidade de fugirem para a cidade.
O ensino técnico de métodos da agricultura moderna, o aprendizado do manuseio de máquinas e veículos rurais, desde o mais simples trator até a mais sofisticada colheitadeira totalmente computadorizada e também a criação de Universidades Rurais públicas com cursos de formação de tecnólogos, agrônomos, biólogos, geólogos e outras tantas profissões inerentes ao campo, são ações que podem mudar este quadro de miséria das famílias que vêem seus filhos crescerem sem nenhum amparo social e sem a chance de alterar o futuro daqueles que ainda vivem no campo.
Não estou pregando a expulsão ou a não admissão de cidadãos oriundos da zona rural em nossas cidades, mas quero mostrar aqui o porquê que isto acontece e as possíveis formas de evitar esta truculência social, que só mina por completo as chances destes cidadãos alcançarem uma qualidade de vida desejável e a conseqüente manutenção de suas famílias.
Este êxodo é visível desde o início da era industrial em todas as partes do mundo, porém temos aqui no Brasil uma condição ampliada a partir da década de 50 do século XX, quando teve início o fomento de novas e diversificadas indústrias nos grandes centros comerciais, atraindo os insatisfeitos com a vida no campo. E isto só começou a ocorrer porque desde aquela época o Governo já não olhava com o devido entusiasmo o andar da população que vivia na zona rural. Nunca tivemos uma política que visasse a melhoria de vida do trabalhador rural, e esta falha histórica criou a catapulta social que jogou e ainda joga milhares de pessoas desprovidas de uma qualificação profissional industrializada direto do campo para o asfalto, sem nenhum amparo.
O Brasil ouve falar da Reforma Agrária desde o início da República e até hoje nenhum Governo assumiu a responsabilidade de tratar este tema social como prioridade. Daí surgiu diversos movimentos no decorrer da história até culminar no atual e já antigo MST. Porém, parece que ninguém, nem mesmo o MST, conseguiu enxergar ainda que a industrialização já é algo quase que totalmente presente também no campo. Por isso, acredito que hoje em dia discutir a volta do homem do campo ao seu habitat e promover desapropriações de terras para que seja implantados sistemas de agricultura familiar ou de subsistência, não passa de uma retórica insustentável!
O campo mudou. A zona rural hoje não é mais a mesma de 60 anos atrás. Não podemos cercear o desenvolvimento agropecuário, que nos garante uma sustentação econômica e uma posição de destaque no mundo, em troca da formação de novas aldeias e comunidades de pessoas que já vivem fora do campo há mais de uma geração. Temos sim que profissionalizar e educar estas pessoas e garantir a entrada delas no mercado de trabalho formal ou informal que já existe nos grandes e pequenos centros comerciais e industriais.
A questão aqui é encontrar um meio de manter as demais pessoas que ainda estão no campo e proporcionar a elas uma condição aceitável de vida. E só podemos fazer isto se olharmos primeiramente para as crianças do campo que hoje, lamentavelmente, acabam largando os estudos para ajudar a família nas plantações de subsistência ou no trabalho quase escravo que são submetidos em colônias rurais medievais que ainda prosperam pelo interior do país.
O Governo deve inserir um programa de educação mais direcional e auto-sustentável para que as crianças dessas famílias possam contribuir na melhoria da qualidade de vida no campo, enaltecendo a cultura regional, o conhecimento da história ruralista do Brasil, para então conseguirem se posicionar adequadamente neste novo contexto da indústria do agronegócio, formando futuros profissionais que aprenderão suas funções e as exercerão no mesmo ambiente em que nasceram, ou seja, sem a necessidade de fugirem para a cidade.
O ensino técnico de métodos da agricultura moderna, o aprendizado do manuseio de máquinas e veículos rurais, desde o mais simples trator até a mais sofisticada colheitadeira totalmente computadorizada e também a criação de Universidades Rurais públicas com cursos de formação de tecnólogos, agrônomos, biólogos, geólogos e outras tantas profissões inerentes ao campo, são ações que podem mudar este quadro de miséria das famílias que vêem seus filhos crescerem sem nenhum amparo social e sem a chance de alterar o futuro daqueles que ainda vivem no campo.
Esta sim seria a atual Reforma Agrária, sem conflitos e ideologias amparadas pela máquina eleitoral e sem o abuso sórdido dos sindicatos, organizações e movimentos que dizem defender a bandeira do homem do campo, quando na verdade apenas querem satisfazer desejos escusos e promover pseudo-líderes sociais.
7 comentários:
Como tudo nesse país, o que nasce sério acaba virando piada. A questão da reforma agrária sempre foi importante. No Brasil sempre houve muita terra nas mãos de poucas pessoas. Mas isso mudou. A Reforma Agrária vem sendo feita no Brasil desde o governo Fernando Henrique Cardoso. E o campo mudou. As pessoas hoje se mudam para as cidades. O campo está reservado para o agronegócio (produzir para exportar). Um família dificilmente vai se sustentar com um pedacinho de terra. E o MST é uma farsa na minha opinião. Já vi reportagens que mostram que eles pegam pessoas que moram em cidades, que nunca plantaram nada na vida, e os transformam em "sem-terras"; invadem fazendas produtivas, destroem maquinários, destroem lavouras tudo em nome de um comunismo no qual eles ainda acreditam. O pior é ver o governo Lula financiando essa gente, passando dinheiro para Ongs ligadas ao MST. O Lula faz isso para comprar a boa vontade deles. Você nunca vai ver o Mst fazendo manisfestação contra o governo Lula. A Terra não é mais fonte de riqueza como era antigamente, a não ser que ela seja explorada como negócio e não numa propriedade de assentados pelo Mst. O que gera riqueza hoje é informação, educação, ciência, etc.
Perfeito Hefestos!
Essa coisa de MST não é aprovado por ninguém que consigua enxergar o absurdo das reivindicações que eles pleiteiam!
Tenho minhas dúvidas em relação à reforma agrária. As vezes é difícil pensar no que seria melhor para um pa´s tão injusto como o Brasil.
Há muitos latifundiários que contribuem muito para o crescimento do nosso país. Não sou elitista mas, as vezes chego a pensar que a riqueza (e as terras) está nas mãos de quem a merece. Já vi situações em que a terra é tirada do produtor por ter sido invadida pelo MST... e ela fica abandonada alí.
Sinceramente... não sei qual é a solução. Mas valeu a reflexão!
Obrigado Tahiana!
Também compartilho da sua posição a respeito deste assunto. A maioria dos grandes proprietários de terras, principalmente da região centro-oeste, foram verdadeiros desbravadores, que enfrentaram as intempéries crueis com as únicas armas que dispunham: a coragem e a esperança! A exemplo do que ocorreu no oeste americano, os nossos latifundiários do centro-oeste aplicaram todas as suas forças para formar os seus patrimônios em um região que era (e ainda é em boa parte) totalmente inóspita, e não merecem o tratamento injusto que sofrem em relação ao avanço do MST com o apoio do Governo.
Muito obrigado por essa reflexão.
Esse textinho é palatável aos olhos de ignorantes, mas quem conhece a realidade do Brasil/rural discorda totalmente dessa tese rasa. Você esqueceu de escrever que metade de todo o total de terras pertencem a menos de 1% dos proprietários, ou seja, grandes propriedades somam apenas 0,91% do total dos estabelecimentos rurais brasileiros, mas concentram 45% de toda a área rural do país. Por outro lado, os estabelecimentos com área inferior a dez hectares representam mais de 47% do total de estabelecimentos do país, mas ocupam menos de 2,3% da área total.
O indice GINI sobre terras, afirma que a concentração de terras no Brasil, em vez de diminuir, aumentou nos ultimos anos.
Tentar jogar na sargeta os movimentos sociais que buscam diminuir essa mosntruosidade herdada do Brasil colônia, demonstra sua total parcialidade e ignorância a respeito do assunto.
Lia
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